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Estudo sobre a eficácia e complicações da técnica de tenólise percutânea da polia A1 em cadáveres: médicos menos habituados com a técnica têm menor taxa de sucesso?

19 de novembro de 2015 - Notícias

Marco Aurélio de Oliveira (1), Luiz Fernando Marques (2), Antônio Carlos da Costa (3)

1- Médico Ortopedista, Especialista em Cirurgia de Mão e Assistente do Serviço de
Ortopedia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão – Florianópolis, SC.
2- Médico Ortopedista, Residente do segundo ano de Cirurgia da Mão e Microcirurgia
do DOT – Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – São Paulo, SP.
3- Médico Ortopedista, Especialista em Cirurgia de Mão e Chefe do Grupo de Cirurgia
da Mão e Microcirurgia do DOT – Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São
Paulo – São Paulo, SP.

Trabalho realizado:

  • Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) – Florianópolis, SC
  • Instituto Médico Legal (IML) – Florianópolis, SC
  • Irmandade Santa Casa de São Paulo (ISCMSP) – São Paulo, SP

RESUMO

Introdução

A tenossinovite estenosante dos flexores, ou simplesmente dedo em gatilho, é uma causa comum de dor e disfunção da mão. O tratamento pode ser conservador ou cirúrgico, que pode ser pela via aberta ou percutânea. Apesar das altas taxas de sucesso descritas para o método percutâneo, não encontramos na literatura estudo comparativo da aplicação da técnica por médicos com diferentes experiências. O objetivo do estudo é comparar a eficácia da tenólise percutânea em cadáveres realizada por médico habituado com o método e por médicos residentes. Adicionalmente, avaliaremos as possíveis complicações do método.

Métodos

Dois grupos realizaram tenólise percutânea da polia A1 com agulha convencional em quarenta dedos de cadáveres: Grupo 1, (cirurgião de mão experiente, habituado com o método) e Grupo 2 (médicos residentes). Considerou-se sucesso na abertura da polia quando ela fora liberada completamente, verificada por dissecção. Também na exploração aberta foram verificadas as possíveis complicações: lesão dos nervos digitais, da polia A2 e do tendão flexor.

Resultados

A taxa de sucesso do Grupo 1 foi de 70% e a do Grupo 2, de apenas 25%, diferença esta com significância estatística (p = 0,004). Levando-se em conta o tipo de liberação (completa, parcial ou ausente) com a experiência do médico (Grupos 1 e 2), houve também associação estatística significativa (p = 0,012). Houve, em 47,5% dos dedos, lesão macroscópica superficial de tendões flexores, mas não houve nenhuma lesão da polia A2 ou lesão nervosa.

Conclusão

O cirurgião da mão experiente tem maior sucesso em suas liberações percutâneas da polia A1 em cadáveres que os médicos residentes (p = 0,004). Não encontramos complicações associadas ao método, exceto por lesões superficiais nos tendões flexores

Obs. Trabalho apresentado como Tema Livre no 34º Congresso Brasileiro de Cirurgia de Mão em Maceió /Al (março de 2014) e premiado como Melhor Trabalho na categoria “Experimental”.

Veja o trabalho na íntegra aqui.